quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Significado do uso do Anel de Tucum


Muitos nos perguntam o que significa este anel preto que muitos cristão usam nas mãos, assim vamos tentar explicar o sentido de utilizar este anel.

Primeiramente, este anel preto chama-se “Anel de Tucum”. Tucum é o nome de uma palmeira da Amazônia da qual, sua madeira, é utilizada para fazer este anel.

Na época do Império, quando o ouro era usado em grande escala entre os opressores, principalmente nos anéis, os negros e os índios não tendo acesso ao ouro, criaram o Anel de Tucum como símbolo de pacto matrimonial, símbolo de amizade entre si e também de resistência na luta por libertação. Era símbolo clandestino cuja linguagem somente eles sabiam. O anel de tucum agregava os oprimidos, em busca de vida, mesmo no meio de tanta opressão.

Assim, anel de tucum é um símbolo usado por aqueles/as que acreditam no compromisso preferencial das Igrejas com os pobres. Também um símbolo de solidariedade que está nas mãos de muita gente de norte a sul do nosso país e também nas mãos de várias pessoas de nossa América Latina e da Europa, que lutam pela justiça e se engajam em pastorais sociais (das igrejas cristãs especialmente), entidades, movimentos sociais e ONG´s que lutam a favor dos que são explorados pelo capitalismo selvagem.

O objetivo é resgatar este compromisso e denunciar as causas da pobreza. Este é o compromisso simbolizado nesta aliança, já que tanto no Antigo quanto no Novo Testamento os profetas e apóstolos afirmam a fidelidade de Deus aos pobres e oprimidos. A aliança de tucum é o sinal desta fidelidade, deste compromisso.

No filme “Anel de Tucum”, Dom Pedro Casaldáliga explica assim o sentido desta aliança:

“(…) Este anel é feito a partir de uma palmeira da Amazônia. É sinal da aliança com a causa indígena e com as causas populares. Quem carrega esse anel significa que assumiu essas causas. E, as suas consequências. Você toparia usar o anel? Olha, isso compromete, viu? Muitos, por causa deste compromisso foram até a morte (…)”.

Além da Bíblia, a opção pelos pobres é testemunhada também por toda a tradição da Igreja, principalmente na América Latina, a partir do Concílio Vaticano II e das Conferências dos Bispos em Puebla e Medelin. Esta opção é a essência mesmo da vida cristã porque está ligada à imitação da vida de Cristo. Mas esta opção não é apenas uma responsabilidade individual. Neste momento da história, ela implica um compromisso social que está ligado à partilha e acesso à propriedade dos bens absolutamente necessários à vida. Deus está do lado dos pobres porque Deus ama os pobres. Por isso o cristão é chamado a seguir este mesmo exemplo de amor e opção preferencial que tenta promover a dignidade humana. No pobre revela-se o rosto do próprio Deus (Mt 25,40).


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